A primeira parte da teatralogia de Wagner, o Anel do Nibelungo estreia hoje na Metropolitan Opera em NY. Esta estreia é um acontecimento e as várias notícias - quase todas do NYT -, e a leitura do site da Ópera, permitem-nos desconstruir o esforço que uma produção desta envergadura exige. Na ausência de boa literatura, ou de estarmos envolvidos na produção, é uma excelente maneira de se aprender umas coisas.
A comunicação Uma das coisas que a MET fez foi espalhar pela cidade estes cartazes em formato mupi, nas paragens de autocarros e noutros locais banais. A imagem remete mais para o universo de uma grande produção de Hollywood, mas afinal a fonte de inspiração, o acervo mitológico universal, é comum.
HD
Há várias organizações culturais espalhadas um pouco por todo o mundo a fazer transmissões em directo em HD, via satélite e em directo, das óperas da temporada. A Fundação Gulbenkian, na sua temporada de música, está associada a estas transmissões (a primeira é já no dia 16 de Outubro com este 'Ouro do Reno', precisamente). É curioso ver que até organizações de NI, como a Brooklyn Academy of Music, que está mesmo ali ao lado, fazem estas transmissões. Quem já viu, conta-me que nos intervalos, à falta de se poder ir ao bar da Metropolitan Opera, as câmaras continuam pelos corredores e pelos camarins por trás do palco.
Opinião Mas ainda mais interessante, é o artigo de opinião de Alex Ross em resposta aos críticos dos custos da produção da tetralogia completa (só esta primeira parte custa 16 milhões dólares!). Atenção para o facto, para o qual AR alerta, de que nas contas apresentadas do último ano fiscal a Met apenas terá recebido USD698.000 provenientes de fundos governamentais/estaduais/cidade. Tudo o resto provém de receitas próprias, donativos, patrocínios, merchandising e, claro, bilheteira.